O coletivo surgiu em 2017, ministrado pelo educador e coreógrafo Ernane Ferreira, como desdobramento das aulas de dança afro, partindo da necessidade de trabalhar a reintegração dos viventes à cultura afro-perspectiva, por meio das danças de matrizes africanas.
Com o objetivo de promover orgulho pela prática, aproximar a comunidade da linguagem proposta e enfrentar intolerâncias decorrentes do racismo religioso e fortalecer suas identidades.
O objetivo do trabalho é alicerçar e letrar a criança para que sua estrutura política, racial e social se desenvolva com plenitude dentro de suas subjetividades e pluralidades.
Uma de suas apresentações se chama ILÉ, que significa terra em yorubá. Uma releitura de uma das primeiras apresentações do coletivo que questiona a noção euro-centrada de nossas origens através das danças populares de matrizes africanas, narrando um percurso de memória, fé e luta em busca da transformação personificadas na figura de Oxumaré.
Para além da apresentação, convidamos o público a compartilhar conosco a experiência de presenciar nossas crianças construindo uma trajetória que as direciona para a consciência da origem política, social e libertária.
Partimos do principio do combate ao racismo religioso para nossas primeiras propostas a serem apresentadas aos moradores, com a finalidade de alcançar respeito e empatia com as religiões de matrizes africanas, religiões estas que histórica e sistematicamente sofrem com o processo persecutório enraizados no racismo religioso.
Gradativamente avançamos nos discursos e ampliamos nosso leque de possibilidades no refletir, afim de avançar cada vez mais no dialogo com os moradores em busca de alcance politico e social, tendo o processo cênico como didática.
O coletivo para além de um grupo de dança, opera como um espaço de acolhimento do vivente, abraçando suas subjetividades para potencializa-lo dentro de sua própria compreensão de si mesmo, visando um desenvolvimento pleno e saudável, de modo que ele tenha recursos estratégicos e psicológicos para se proteger dos impactos impostos por uma sociedade pautada nas segregações.
OBJETIVOS
OPORTUNIZAR A Emancipação dos sujeitos através do trabalho educativo
INCENTIVAR O PROTAGONISMO E EMPODERAMENTO PELA DANÇA ATRAVÉS DE APRESENTAÇÕES EM GRANDES FESTIVAIS
INTEGRAR O CALENDÁRIO CULTURAL DO TERRITÓRIO
VALORIZAR AS PERSPECTIVAS AFRO-REFERENCIADAS E INDÍGENAS
GARANTIR INCENTIVOS FINANCEIROS PERMANENTES PARA O GRUPO
AMPLIAR O REPERTÓRIO CULTURAL ATRAVÉS DE INTERCÂMBIOS
Espetáculo Obinrin Mimo
A capacidade de afetar e ser afetado pelo outro, pelo entorno, é fundamental para o um processo educativo que se propõe voltado para a compreensão e respeito às diferenças que nos constitui como sujeitos do cotidiano.
Azoilda Loretto da Trindade
Foi partindo da concepção de afeto que decidimos construir nosso espetáculo com a temática voltada para o ”sagrado feminino”, juntos pensamos e definimos um trabalho voltado para o corpo como um templo desprendido de rótulos sociais e conectado com sua própria energia vital que flui para além dos gêneros, podendo inclusive sentir, buscar entender e interpretar todos os desdobramentos possíveis dentro de cada percepção. Viabilizamos pensar a compreensão sagrada e carnal do feminino e consequentemente nos permitimos afetar pela nossa compreensão, afeto pode potencializar respeito.
O Coletivo de Erês Quilombo da Provi agradece o apoio de todos que abraçaram esta proposta e em especial as mães e mulheres responsáveis pelos viventes, sem as quais não conseguiríamos superar inúmeros obstáculos na jornada pela estruturação do nosso espetáculo.
Gratidão a todas as formas de forças presentes e direcionadas para nosso processo de avanço.
Auxilio e criação de elementos visuais, Douglas Dobby @douglasdobby
Figurinos e adereços, Quinzinho Quinze @quinzinho_15 (malhas @atelierguzzo)
Percussão e trilha, Ana Maga e Dai Ramos @anamaga.tambor @daii.ramos
Direção e concepção Ernane Ferreira @ernaneferreira_